RÉPLICA
Ana Lua Tavares / Carlos Trabulo

Num mundo complexo, a repetição torna-se uma constante, com representação expressiva em inúmeras rotinas compostas por pequenas ações, repetidas diariamente, por um conjunto alargado de pessoas. Tratar-se-á a repetição de um somatório de mecanismos individuais, ou será ela parte integrante de uma máquina soberana e inatingível?

Enquanto retrato de uma situação, de que inevitavelmente nos tornamos parte, RÉPLICA centra-se no binómio homem-máquina, sugerindo uma analogia entre rotina e mecânica. Este ciclo é criado por cada indivíduo que, ainda assim, edifica a sua própria realidade e o seu modo intransmissível de pensar. Seguindo este princípio, neste vídeo, sobressaem duas perspectivas. A primeira, corresponde a um exercício de observação, que percepciona a vida das pessoas na sua generalidade enquanto actos mecânicos e (aparentemente) estéreis. A segunda, é construída por um olhar mais humano e sensível, que se centra nos indivíduos e na sua singularidade. O som é igualmente marcado por esta dicotomia: aos sons extrapolados de máquinas, escadas rolantes, elevadores e das suas ondas eletromagnéticas, contrapõem-se elementos sonoros de natureza orgânica e humana.